
Uma tradição quase no fim
As rendeiras estão acabando. Infelizmente isso é uma triste realidade brasileira.
Essa prática é uma tradição que passa de mãe para filha. No Nordeste, há diversos mercados de produtos regionais onde você pode encontrar mulheres de mais idade com seus instrumentos produzindo suas rendas, pois as mais novas estão cada vez mais em menor número.

As meninas, por volta dos 7 anos de idade, começam a aprender a técnica, porém, quando crescem avaliam que não vale a pena dar continuidade a tradição. Por vezes demora-se um mês para confeccionar uma peça de roupa que será vendida por aproximadamente R$ 70,00.
Com esta falta de interesse de mercado, a nova geração que deveria produzir as rendas não o faz. Em contra partida, grandes marcas da moda internacional vêm se utilizando dessa técnica para agregar valor a roupa, fazendo com que elas alcancem um preço mais elevado por ser um processo artesanal.

O Coordenador do Projeto Clube de Mídia, Carlos Tenorio, também constatou esse fato ao conversar no Mercado Central de Fortaleza(Fortaleza/CE), com uma rendeira. Ela informou que, além da produção por parte da indústria internacional da moda, por vezes, as lojas compram os produtos delas, por um baixo custo para revender em outras localidades com um preço muito superior.

A renda teve seu início na Europa do século XVII, passando a fazer parte da cultura brasileira com a vinda dos portugueses. Atualmente ela pode ser encontrada de Norte a Sul do país. Por determinação do IPHAN, no estado do Sergipe essa arte virou um Patrimônio Imaterial.
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